Agora, precisamos examinar nossa vida à luz dessas verdades. Amamos o povo de Deus e com isso demonstramos a realidade de nossa fé? Nosso amor é base de atitudes e emoções escondidas que não podem ser provadas ou é demonstrado por evidências reais, práticas e discerníveis, tais como palavras, atitudes e ações? Para nos auxiliar em ver onde estamos nesta questão de suma importância, as seguintes perguntas podem nos ajudar.
Primeiro, de quem é a companhia em que você tem maior prazer? Você busca comunhão com outros crentes e se deleita em conversas sobre Cristo? Ou prefere a companhia do mundo e raramente fala sobre as coisas de Deus? Quando foi a última vez em que você esteve com outros crentes com a única intenção de estar com eles e exaltar a Cristo? Devemos cuidar de como respondemos a essa pergunta, reconhecendo que muito do que se chama de comunhão cristã tem pouco a ver com Cristo.
Segundo, você se identifica publicamente com Cristo e seu povo? Ou se envergonha do escândalo envolto nos que confessam a Jesus como Senhor e procuram viver em submissão a sua Palavra? Os seus colegas descrentes identificam você como sendo um “desses cristãos”? Ou você está tão alinhado ao mundo e conformado à sua imagem que uma acusação dessas raramente, ou nunca, seria feita contra você? Você se coloca entre o povo de Deus como um espetáculo ao mundo, que se considera sofisticado demais para aceitar nossas ilusões religiosas?[1] Ou se distancia da igreja como uma pessoa se distancia do parente próximo do qual está envergonhado? Você consegue se identificar com Moisés, que “recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado” (Hebreus 11.24–25)?
Terceiro, embora esteja cônscio das muitas fraquezas e falhas morais da igreja, você tem o compromisso de promover sua melhora? Ou se alinha com o Diabo e o mundo nas acusações contra ela?[2] Temos de nos lembrar sempre de que o Diabo é o acusador de nossos irmãos, e os que estão de fora da igreja com acusações similares, estão fazendo a obra de seu pai, o Diabo.[3] Em contraste, o verdadeiro crente responde às falhas de seu irmão com um amor que encobre multidão de pecados, e se entrega à sua restauração e aperfeiçoamento.[4] Não pode abandonar a igreja nem o santo caído, não obstante as muitas vezes em que eles se desviam. Ele é compelido pelo amor de Deus a buscá-los, assim como Oseias buscou a Gomer, e labutar em seu benefício e para sua glória futura.[5]
Quarto, você é membro atuante e contribuinte de uma congregação local e visível de crentes? Temos de nos lembrar de que a espécie de amor que João escreve só seria manifestado no contexto de relacionamentos com outros crentes no corpo de Cristo. Você está morrendo para seu eu e entregando sua vida em serviço ao próximo cristão? Está labutando para a edificação da igreja através de seus diversos dons espirituais? Em termos simples, o que você faz para edificar o povo de Deus e promover a causa de Cristo entre eles?
Estas perguntas não são restritas somente aos pastores, mas pertencem a cada membro do corpo de Cristo. De fato, uma das evidências de que somos membros do corpo é que somos úteis para ele. Correspondentemente, uma das evidências de não ser convertido é a inutilidade para toda e qualquer boa obra.[6] Amor sem obras, como fé sem obras, é morto.[7] Faríamos bem em lembrar que as ovelhas e os bodes eram divididos pelo que faziam ou não faziam para o povo de Deus.
Concluindo, o amor não é apenas uma boa coisa entre muitas, mas a mais excelente, maior ainda que a fé e a esperança.[8] Sendo assim, não é incomum que João desse ao amor lugar exaltado entre as outras provas conversão. Temos de pesar nossa ortodoxia doutrinária contra o padrão da Escritura e examinar nossa piedade pessoal e vida devocional à luz dela. Porém, sobretudo, temos de provar a nós mesmos quanto ao amor. Esta virtude tem de ser encontrada em nós e manifestada em nossas obras, antes de ousarmos assegurar a nossos corações que o temos conhecido, conforme João relembra muitas vezes: “Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte” (1João 3.14). “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão” (1João 4.20).
[1] 1Coríntios 4.9–13.
[2] O nome “diabo” vem da palavra grega diábolos, que pode ser traduzida “acusador”. Refere a alguém tendente a maledicência e falsas acusações.
[3] João 8.44; Apocalipse 12.10.
[4] 1Pedro 4.8.
[5] Oseias 3.1–3.
[6] Romanos 3.12.
[7] Tiago 2.17.
[8] 1Coríntios 12.31; 13.13.
[2] O nome “diabo” vem da palavra grega diábolos, que pode ser traduzida “acusador”. Refere a alguém tendente a maledicência e falsas acusações.
[3] João 8.44; Apocalipse 12.10.
[4] 1Pedro 4.8.
[5] Oseias 3.1–3.
[6] Romanos 3.12.
[7] Tiago 2.17.
[8] 1Coríntios 12.31; 13.13.
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