“O Deus da Bíblia, e nenhum outro, pode satisfazer as necessidades humanas. Seu código moral atravessou durante séculos as chamas da controvérsia, mas não ficou nem mesmo com cheiro de queimado”. (J. Burrel)
Por Professor Roney Ricardo
INTRODUÇÃO
A interpretação de textos talvez esteja mais presente em nosso cotidiano do que imaginamos. Ao recebermos um e-mail, uma carta, um SMS por celular ou ainda uma mensagem escrita via Wahtsapp e é claro, em nossas leituras da Bíblia, seja nos nossos momentos devocionais ou nos momentos de culto e assim por diante. Todos esses textos precisam ser primeiro interpretados por nós, para que depois possamos receber e compreender a mensagem contida neles. Diante disso, algumas perguntas pertinentes nosso ocorrem nesse momento: Afinal de contas, a leitura de um determinado texto permite mais de uma interpretação? Permite-se, isso se aplica à leitura da Bíblia? Pois bem, consideremos a seguir essas e outras questões importantes relacionadas à interpretação das Sagradas Escrituras.
I. HERMENÊUTICA,
A CIÊNCIA DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
Definição
A hermenêutica pode ser tanto bíblica quanto secular. Ela não é apenas a arte ou a ciência da interpretação de qualquer texto; antes de tudo, é uma ciência que procura também o significado da palavra como evento histórico, social e de vida. Hermenêutica Bíblica é a disciplina da Teologia Exegética que ensina as regras para interpretar as Escrituras e a maneira de aplicá-las corretamente. É a ciência da compreensão de textos bíblicos. O termo “hermenêutica” procede do verbo grego hermeneuein, usualmente traduzido por “interpretar”, e do substantivo hermeneia, que significa “interpretação”. A Teologia Exegética, onde se situa a Hermenêutica, deriva dos dados da forma, estrutura e gramática e dos contextos históricos e literários dos livros da Bíblia.
Afirma-se que a palavra “Hermenêutica” deriva-se do nome do deus grego “Hermes”, que na mitologia grega era o deus responsável por transmitir as mensagens dos deuses aos seres humanos e interpretá-las para eles. É interessante que a Bíblia faz uma referência sutil a esta crença. Em Atos dos Apóstolos narra-nos o “médico amado” Lucas que Paulo, quando da cura de um coxo em listra, foi chamado pelos moradores desta cidade de Mercúrio, que é a forma romana do nome grego Hermes. Diz o evangelista: “E as multidões, vendo o que Paulo fizera, levantaram a voz, dizendo em língua licaônica: Fizeram-se os deuses semelhantes aos homens e desceram até nós. E chamavam Júpiter a Barnabé, e Mercúrio, a Paulo, porque este era o que falava” (At 14.11,12). Note a expressão “porque este era o que falava”, que é um indicativo da crença popular a respeito do deus mitológico Hermes (aqui chamado de Mercúrio), onde ele era considerado o porta-voz dos deuses. Uma vez que Paulo certamente era mais eloquente na pregação, os habitantes de Listra, ao verem o milagre operado por Deus através de Paulo na vida do coxo, associaram isto à sua eloquência e passaram a chamar-lhe de Hermes. Como vemos, se a origem do termo Hermenêutica está relacionada ao nome do deus Hermes, logo de partida o termo já indica ou sugere compreensão de mensagem ou de mensagens.
II. SITUANDO A HERMENÊUTICA NA TEOLOGIA
Existem dois tipos principais de hermenêutica que o leitor ou a leitora deve ter ciência. Primeiro, temos a Hermenêutica Geral, que se aplica a qualquer obra escrita; em segundo lugar, temos a Hermenêutica Específica, ou Hermenêutica Especial, que se aplica a determinados tipos de produções literárias, em diversos campos ou ramos do conhecimento humano, como leis, história, filosofia, poesia, etc. No nosso caso, estamos situados aqui – no campo da Hermenêutica Especial – pois estaremos estudando a Hermenêutica Bíblica, também chamada deHermenêutica Sacra ou Sagrada.
A hermenêutica bíblica é fundamental para a Igreja de Cristo, como corpo, como um conjunto de pessoas que é, e é também essencial para o cristão e a cristã individualmente. Todos nós deveríamos nos preocupar muito em conhecer esta disciplina teológica tão vital em nossos dias, em nossos cultos e ministrações e que, portanto, tem o seu lugar. A Igreja é dependente em muitos aspectos de um Livro, e esse Livro é a Bíblia, e compreendê-lo corretamente é algo impreterível. A hermenêutica bíblica nos ajuda a entender o que o texto bíblico está nos dizendo, porque está dizendo e qual seu sentido conforme no-lo apresentado em seu ambiente. Isto nos aproxima mais da intenção original do texto bíblico, quanto à sua mensagem e ensino.
Algo importante que precisamos ter em mente é que a hermenêutica não deve ser confundida com a própria Teologia Exegética. A hermenêutica é na verdade parte da Teologia Exegética. Aquela é mais ampla, esta mais restrita. A própria Teologia em si está dividida em cinco principais partes ou ramos que trabalham em conjunto; são eles:
- Teologia Exegética,
- Teologia Histórica,
- Teologia Bíblica,
- Teologia Sistemática, e a
- Teologia Prática.
No gráfico ao lado, temos representada a Teologia com seus ramos e a posição da hermenêutica neste agrupamento.
Conheçamos resumidamente cada uma destas cinco partes da Teologia. É importante que você as assimile. A Teologia Exegética se ocupa dos métodos hermenêuticos a fim de poder descobrir o sentido real do texto bíblico. Em outras palavras, ela usa os recursos fornecidos pela própria hermenêutica para fazer esta descoberta. A Teologia Exegética utilizará para isto a filologia sacra, i.e., o estudo das línguas originais em que a Bíblia foi escrita: o Hebraico, o Aramaico e o Grego. Considera também a matéria chamada de Introdução Bíblica que fornece os primeiros conhecimentos sobre a Bíblia, preparando assim o estudante para iniciar no estudo teológico. Justamente por isso, esta matéria, Introdução Bíblica, que faz parte da Teologia Exegética, tem sido chamada de Isagoge Bíblica, pois o termo Isagoge vem do grego e significa justamente “conduzir para dentro”, “introduzir”, “introdução”.
A Teologia Histórica irá lançar mão dos posicionamentos históricos teológicos, como o próprio nome da disciplina sugere – Histórica. Este lançar mão dos posicionamentos históricos teológicos inclui uma abordagem sobre os afastamentos doutrinários promovidos por movimentos sectários, como o arianismo, o ebionismo, o eutiquianismo, etc. A Teologia Histórica lança mão da História da Igreja, História das Missões, História das Doutrinas, dos Credos e das Confissões.
A Teologia Bíblica por sua vez, como o próprio nome sugere, irá analisar a Bíblia em si mesma, i.e., considera a teologia exposta e desenvolvida nos livros bíblicos, desde o Gênesis até o Apocalipse. Desse modo, estuda-se a Teologia do Antigo Testamento e a Teologia do Novo Testamento.
A Teologia Sistemática por sua vez consiste num conjunto de matérias ou disciplinas teológicas, que seguem um esquema sequencial, lógico, ordenado, “sistemático”. Uma matéria complementa a outra num ciclo teológico de doutrinas bíblicas. Ela compreende o estudo da Pessoa do Pai (teontologia, teologia ou teologia própria), do Filho (cristologia), do Espírito Santo (pneumagiologia, paracletologia ou pneumatologia), a doutrina da salvação (soteriologia), a doutrina do homem (antropologia), a doutrina do pecado (hamartiologia), a doutrina das coisas futuras (escatologia) e assim por diante. É fundamental conhecer a Teologia Sistemática, pois ela ordena o conjunto de verdades teológicas reveladas na Palavra de Deus.
Por fim, temos a Teologia Prática que procura trazer para a realidade vivencial aquilo que se obteve como resultado da análise e investigação teológica. É a teologia posta em prática. A teologia prática inclui disciplinas como homilética, que trata da preparação e exposição de sermões, organização e liderança, administração eclesiástica, liturgia dos cultos, a pedagogia cristã e etc.
Para concluir, a hermenêutica está no campo da teologia exegética, que trata da compreensão das Sagradas Escrituras. É importante que você fixe isso em sua memória.
III. A NECESSIDADE DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
Passamos a apresentar algumas premissas que justificam a hermenêutica como uma necessidade para se compreender adequadamente a Palavra de Deus. Uma premissa é um “fato ou princípio que serve de base à conclusão de um raciocínio” (Aurélio). Tal definição provoca-nos uma inquietação: Nossas conclusões ante a Bíblia Sagrada suportam uma análise hermenêutica?
Primeira Premissa: Deus se Revelou!
A primeira premissa básica que apresento aqui como necessidade para a interpretação bíblica é que Deus se revelou à humanidade e essa revelação, consequentemente, precisa ser compreendida, precisa ser interpretada. Deus se revela aos homens através das Sagradas Escrituras e Ele também se revelou em Cristo, “O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas alturas” (Hb 1.3 – ARC). Cristo é a revelação máxima de Deus aos homens – Cristo é o ápice da revelação divina. Mas Cristo também está descrito nas Escrituras e por elas nos é comunicado; sendo assim, é necessário compreender as Escrituras para compreender Cristo, uma vez que Cristo e as Escrituras estão intimamente relacionados. É o que Ele mesmo afirma e o evangelista João corrobora (cf. nessa ordem: Jo 5.39 e Jo 1.1,14). Sem a compreensão correta das verdades bíblicas jamais poderemos nos manter como Igreja de Cristo, pura, santa e aguardando o retorno do Noivo. Somente em Cristo é que podemos então compreender corretamente aquilo que Deus mostra-nos em Sua Palavra. Cristo é a chave principal da hermenêutica bíblica, pois a Bíblia toda se cumpre em Cristo. Ele mesmo declara isto: “A seguir, Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos” (Lc 24.44). Quando dizemos que Deus se revelou estamos inevitavelmente afirmando que Deus deseja ser conhecido pelo homem, compreendido pelo homem, “interpretado” pelo homem! A própria revelação de Deus por si só subentende isso. Mas isso, é claro, dentro do que DEle podemos conhecer, daquilo que a nós Ele comunicou sobre Si mesmo, afinal de contas, sabemos que o finito não pode conhecer o Infinito e que o limitado não pode compreender plenamente (plenamente) o Ilimitado e o mortal sondar “aquele que tem, ele só, a imortalidade e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver; ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém!” (1 Tm 6.16). Estou convencido de que em grande parte, a pregação dita evangélica não conduz às pessoas à Cristo, a conhecê-lo de fato. Nesse momento, a hermenêutica presta relevante serviço quando nos permite conhecer melhor as Escrituras. É mesmo uma pena que tantos ignorem o estudo sério, dedicado, “hermenêutico” das Sagradas Escrituras…
Segunda Premissa: O Pecado
O pecado afetou a humanidade em todos os sentidos. Até a própria natureza sofre por causa do pecado: “Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora” (Rm 8.22). A própria criação aguarda a libertação do pecado, que só será realizada pelo Criador, o Senhor, na consumação de todas as coisas. O pecado, portanto, tem um efeito destrutivo sobre toda a criação. A humanidade é descrita algumas vezes nas escrituras como estando cega para entender a comunicação de Deus à ela. Expressões como “tempos da ignorância”, “trevas”, “obscurecidos de entendimento”, “coração insensato” e assim por diante (cf. At 17.30; Rm 1.21; Ef 4.18) evidenciam a dificuldade dos homens em compreender a revelação de Deus por causa da presença do pecado, embora isso não os torne isentos de responsabilidade diante de Deus! (leia Romanos 1). É aqui que passamos a considerar a importância vital do Espírito Santo no trabalho de fazer hermenêutica bíblica. Uma vez que acabamos de entender que o pecado nos obscurece o entendimento das Sagradas Escrituras, o Espírito Santo no entanto, age como O Iluminador das Sagradas Escrituras para nós, abrindo-nos caminho na revelação divina contida na Bíblia. Isso é depreendido das palavras de Jesus em João 14.17: “o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós” (ARC). Neste texto, como vemos, o Espírito Santo é chamado de Espírito da Verdade, isto por causa da sua ação no sentido de promover a verdade de Deus entre os homens, torná-la conhecida aos homens. Também lemos no versículo oito do mesmo capítulo: “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo”. Este convencimento só pode vir mediante a compreensão da revelação de Deus aos homens. Desse modo, o hermeneuta deve sempre depender do Espírito Santo para compreender corretamente a Bíblia. É Ele que nos guia nesta jornada do conhecimento das verdades divinas, abrindo nosso entendimento para recebê-las. Desse modo, o hermeneuta deve ser também humilde e sincero e ter o coração aberto para compreender a Bíblia.
Terceira Premissa: As Dificuldades Próprias da Bíblia
Deve o estudante da Bíblia levar em consideração que a Bíblia foi escrita num tempo muito distante do nosso, por pessoas que viviam numa cultura e contextos muito diferentes dos nossos e em línguas também distintas da nossa. Estes fatores por si só constituem-se em grandes dificuldades para a compreensão correta da Bíblia. Elementos culturais que são encontrados em abundância no texto bíblico são para nós muitas vezes estranhos e se não os conhecermos adequadamente acabamos ficando impedidos de entender qual o real sentido de determinada passagem bíblica em que esses elementos culturais aparecem. Um exemplo disto temos em Mateus 18.23-35 na parábola contada por Jesus sobre o credor incompassivo. Quando descobrimos que dez mil talentos correspondem a uma soma de dinheiro incrivelmente superior à cem denários, entendemos que o que Jesus está ensinando na verdade é que Deus nos perdoou de maneira muito maior do que imaginamos e mesmo assim, muitas vezes, não perdoamos ao nosso irmão, numa falha incomparavelmente menor! Na Bíblia encontramos referências a hábitos, lugares, ritos religiosos, partidos religiosos, moedas da época (ou porque não dizer “o dinheiro da época?”) e assim por diante. Encontramos na Bíblia uma estrutura literária também diferente da nossa e que precisa ser compreendida. A Bíblia é singular neste sentido. O que é uma metáfora? Um tipo? Uma parábola? Um hebraísmo? Enfim, são recursos próprios da literatura bíblica que precisam ser conhecidos pelo estudante da Bíblia. Aí está o papel da hermenêutica: fornecer os elementos necessários para a assimilação destes recursos literários.
Quarta Premissa: O Escritor e o Leitor no Contexto Bíblico
Nesta quarta e última premissa básica que apresentamos como justificativa para a necessidade da hermenêutica consideraremos o escritor bíblico e o leitor de seu tempo, isto é, o destinatário para quem os escritores bíblicos estavam direcionando seus textos. Este é um fator importantíssimo para se compreender corretamente os textos sagrados. Embora saibamos que a Bíblia se aplica a qualquer povo e em qualquer época (ela é supracultural), quando entendemos o porquê de determinado escritor bíblico ter escrito o que escreveu e para quem está escrevendo e em que circunstâncias, passamos a compreender mais profundamente a mensagem daquele texto. Tome como exemplo os capítulos dois e três de Apocalipse, que contém as sete cartas do Senhor Jesus endereçadas às sete igrejas da Ásia. Cada carta, cada igreja e cada anjo de cada uma das sete igrejas estão enfrentando suas próprias dificuldades, seus dilemas, suas deficiências e eles tem também suas qualidades positivas e méritos e cada igreja está inserida em um contexto cultural e social específico. Tudo isso no tempo de João, o apóstolo. Ao conhecer estes elementos, o leitor da Bíblia passa a compreender porque João está dizendo o que está dizendo. A partir daí, ele logo perceberá o quanto o texto bíblico simplesmente faz todo o sentido de ser como é, de estar escrito como está!
IV. DIFERENCIANDO HERMENÊUTICA E EXEGESE
O termo “hermenêutica” deriva do verbo grego hermeneuein, usualmente traduzido por “interpretar”, e do substantivo hermeneia (ermeneia), que significa “interpretação”.
A palavra “exegese”, do grego eksegesis de eksegeomai (exhgeomai) significa “explicar, interpretar, contar, descrever, relatar”.
Hermenêutica Bíblica: é a disciplina da teologia exegética que ensina as regras para interpretar as Escrituras e a maneira de aplicá-las corretamente. É a ciência da compreensão de textos bíblicos.
Exegese: é a aplicação dos princípios hermenêuticos para chegar a um entendimento correto sobre o texto. É o estudo do sentido literal do texto. É a ciência da interpretação. É a extração dos pensamentos que assistiam ao escritor ao redigir determinado documento. Na exegese o exame do texto é feito para extrair entendimento e não incutir no texto o seu entendimento (eisegese).
Hermenêutica Bíblica: Analisa o sentido que o texto tem hoje para nós.
Exegese: Procura estudar o sentido que o autor quis atribuir ao texto sagrado.
V. AS REGRAS DA HERMENÊUTICA
A seguir, temos uma lista com as principais regras da hermenêutica bíblica alistadas pelo teólogo Valtencir Alves:
Regra Fundamental (Primeira Regra)
A Escritura explicada pela Escritura, ou seja: a Bíblia, sua própria intérprete.
Segunda Regra
É necessário tomar as palavras no sentido que indica o conjunto da frase.
Terceira Regra
É necessário tomar a frase no sentido indicado no contexto, a saber, os versículos que precedem e seguem ao texto que se estuda.
Quarta Regra
É preciso tomar em consideração o objetivo ou desígnio do livro ou passagem em que ocorrem as palavras ou expressões obscuras.
Quinta Regra
É necessário consultar as passagens paralelas.
Quinta Regra – Segunda Parte
Paralelos de ideias.
Para conseguir a idéia completa e exata do que ensina a Escritura neste ou naquele texto determinado, talvez obscuro ou discutível, consultam-se não só as palavras paralelas, mas os ensinos, as narrativas e fatos contidos em textos ou passagens aclaratórios que se relacionem com o dito texto obscuro ou discutível. Tais textos ou passagens chamam-se paralelos de ideias.
Quinta Regra – Terceira Parte
Paralelos de ensinos gerais
Para a aclaração e correta interpretação de determinadas passagens não são suficientes os paralelos de palavras e ideias; é preciso recorrer ao teor geral, ou seja, aos ensinos gerais das Escrituras.
CONCLUSÃO
Você está iniciando o estudo da hermenêutica nesta apostila e por isso, sugiro que você já comece seu estudo desta ciência maravilhosa fazendo a pergunta que Filipe fez ao eunuco, mas fazê-la a si mesmo. Filipe perguntou ao eunuco: “Entendes tu o que lês?” (At 8.30). Pergunte a você mesmo: “Eu entendo o que estou lendo?” Filipe mostra-nos hoje um dos princípios básicos para se estudar hermenêutica: entender o que estamos lendo. O objeto da nossa leitura é a Palavra de Deus e desse modo, estamos desejosos de entender a Bíblia, a mensagem de Deus para nós!
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